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  • Foto do escritorJuliana Couto Melo

Cama compartilhada facilita a amamentação

E, sim, precisa ser uma escolha individual de cada família, seguindo diretrizes de segurança



Cama compartilhada é vida
Foto: Arquivo Matrice. Foto cedida pela mãe. Proibida reprodução sem autorização da Matrice


Cama compartilhada é sempre um tema que divide opiniões, mas que se feita da forma correta pode ser muito benéfica para as famílias.


Antes de falar sobre cama compartilhada, é imprescindível que todas as pessoas que dormem na cama devem concordar e estar seguras de optar pela cama compartilhada.


Cama compartilhada é vida

Segundo Rosa José, em Dormir Sin Lágrimas, "o co-sleeping (dormir com o bebê) também é uma boa escolha para ajudar na evolução natural do sono. A este respeito, McKenna mostrou que a respiração das mães e dos bebês quando eles dormem juntos se combinam, favorecendo que a criança se adeque às diferentes fases do sono junto com a respiração de sua mãe. Além disso, a duração e a qualidade do sono são melhores. Em um nível prático, muitos pais já sabem que uma das melhores maneiras de fazer adormecer seu bebê é aparentar estar dormindo também. Conforme o pai ou a mãe imitam a respiração que temos quando dormimos, o bebê relaxa e consegue dormir".

Cama compartilhada facilita o sono da mãe - a privação de sono pode ser determinante para manter a livre demanda


Segundo "Atualidades em amamentação nº53, 2014 - Dormindo com o bebê": "Mães que amamentam relatam que a partilha de cama facilita a amamentação frequente durante a noite. Vários estudos descobriram que, embora as mães que amamentam em compartilhamento de cama acordam frequentemente para dar de mamar, elas também acordam por períodos mais curtos, voltam a dormir mais rapidamente e alcançam uma maior duração do sono, quando comparadas com as que não compartilham a cama.

[...]

Encontra-se uma diferença significativa na frequência do aleitamento materno e local de sono da criança quando realizamos um estudo randomizado de vídeo sobre as duas primeiras noites após o nascimento em uma unidade pós-parto hospitalar. Bebês que compartilhavam a cama de sua mãe, ou dormiam em um berço acoplado à cama se alimentaram duas vezes mais que os bebês que dormiam em um berço padrão no quarto das mães. Um vídeo indicou que quando os bebês acordam durante a noite e começam a pedir o peito, as mães mais próximas estavam mais atentas aos seus sinais de fome e respondem prontamente, porém as mães cujos bebês estavam em um berço em sua cabeceira não sentiam os movimentos de seus filhos ou não respondiam aos seus pedidos. Esses bebês, portanto, perderam muitas oportunidades para iniciar e praticar a pega e sucção, enquanto as mães não receberam a estimulação do mamilo frequente e picos de prolactina que desencadeiam a produção de leite rápida e abundante.

[...]

A amamentação não pode proteger uma criança dos riscos introduzidos por comportamento perigoso dos pais, e assim a orientação de que as crianças estão mais seguras de dormir em um berço ao lado da cama dos pais é defensável como uma mensagem geral de saúde pública, mas esta mensagem também deve reconhecer que nem todo compartilhamento de cama entre pais e crianças é inerentemente perigoso, e que mães e crianças em amamentação e compartilhamento de cama são um grupo particularmente de baixo risco. Portanto, não é defensável aconselhar ou sugerir que a partilha de cama é letal e nunca deve ser praticada em qualquer circunstância e, fazê-lo seria alienante". ALIÁS,


A cultura de que filhos não podem dormir com mãe e pai tem relação com a construção da maternidade solo e a manutenção da pobreza.

Segundo, dr. Howard Chilton, no livro Criando Bebês: "Entre os séculos XIV e XVIII muitos recém-nascidos morreram, mais do que nunca e muito mais que posteriormente. A falácia é que morriam "esmagados" porque "dormiam com suas mães". Essa morte por "esmagamento" era mais frequente que mortes por guerra, doenças ou fome na época.


Evidentemente, os bebês que mais morriam era os de famílias mais pobres e numerosas ou de mães solteiras. Numa época em que a sexualidade era brutalmente reprimida, mães solteiras não eram toleradas. As famílias pobres não conseguiam sustentar tantos filhos pois se você nascia pobre, não havia nenhuma perspectiva de mudança de vida.


A Igreja Católica, por meio da confissão, sabia o que estava acontecendo: não eram mortes acidentais por esmagamento, era o infanticídio.


Assim, ao invés de mudar a realidade social para que as pessoas não precisassem matar seus filhos para sobreviver naquela sociedade, a Igreja e os Governos apenas proibiram que os pais dormissem com os filhos. O "arcutio", uma pequena jaula para bebês era usada na Itália para que estes pudessem dormir na mesma cama dos pais. E nada adiantou, pois a taxa de mortalidade infantil não caiu com a proibição.


A possibilidade de esmagar um filho dormindo é muito pequena, sobretudo quando é a mãe que dorme com ele. Com a prolactina alta, ou seja, se se trata de uma mãe que amamenta, o sono materno é mais leve. Isso não impede de criarmos estratégias de segurança para dormir com bebês, como colocar a cama junto a parede e acomodar o bebê ali, entre a mãe e a parede, por exemplo.


Há muitas formas seguras de dormir com crianças, fortalecendo vínculos e facilitar a vida de quem amamenta e de quem mama!"


Diretrizes para uma cama compartilhada segura


  1. O uso de drogas ou álcool é contraindicação absoluta para cama compartilhada e evite deixá-lo dormir junto com fumantes (o cheiro da fumaça pode ser prejudicial para o bebê)

  2. Não deixe o bebê dormir na cama caso algum dos adultos tiver alguma deficiência

  3. Não durma com a criança em sofá, poltrona e nem com travesseiros

  4. Posicione o bebê de barriga para cima para dormir

  5. A cama deverá ficar longe de móveis e da parede para evitar que a cabeça ou o corpo do bebê fiquem presos

  6. A cama deve ser firme, assim como um berço, sem cobertas grossas, travesseiros ou outros objetos que possam causar cobertura acidental da cabeça e asfixia.

  7. A criança não deve ser deixada sozinha na cama de um adulto

  8. Adoção da posição C (tipo conchinha), com a cabeça do bebê em frente ao peito do adulto, as pernas e o(s) braço(s) do adulto enrolados ao redor do bebê, o bebê de costas, longe do travesseiro, é a posição ideal para dormir com segurança

  9. Se você não tem condições em fazer cama compartilhada, pode considerar o quarto compartilhado CAMA COMPARTILHADA É VIDA! E se for bom para a mãe que amamenta, para a família e para a rotina de cada mundo particular, feita em segurança, é mais que segura para amamentação.

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