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Relato de amamentação: aniversário de dois anos e o tetê na hora do parabéns!

Um relato sobre dois anos de amamentação de Juliana Nakajo, membro do grupo da Matrice do Facebook.



Juliana Nakajo amamentado seu filho durante o parabéns!
Juliana Nakajo com seu filho durante o parabéns!


"Estava tudo pronto pra cantar "Parabéns", fósforo na mão, quando o tetê pediu licença, rs. Ele quis celebrar os 2 anos antes de todo mundo e é lógico que teve prioridade!


Durante a gestação não me preparei muito em relação à amamentação, pois não queria colocar na minha cabeça mais uma preocupação e achei que tudo deveria acontecer naturalmente. Enquanto estava na maternidade pensei que tudo estava bem, mas na pesagem viram que meu Dedé tinha perdido mais de 10% do peso do nascimento. Logo veio o pediatra com a indicação de fórmula. Éramos pais de primeira viagem, entrando num mundo desconhecido e é lógico que corremos pra comprar uma lata. Só que não seguimos as recomendações do médico à risca, porque as postagens no Matrice me fizeram perceber que a pressão da indústria da fórmula é forte e nem sempre necessária. E confesso que achávamos um saco ter que preparar o leite artificial. Era muito mais fácil levantar a blusa! Ele tomou pouquíssimas vezes o LA e insistimos no LM.


O fato de ter passado por pediatras pró-amamentação ajudou muito, mas mesmo assim o ganho de peso não era grande. A insegurança bateu e procurei bancos de leite. Em um deles (de uma universidade renomada), recebi indicação de um remédio pra aumentar a produção. E para piorar, fui para uma sala extrair leite e não saiu quase nada; ao meu lado uma mãe conseguiu encher um frasco. Me senti impotente e quase tomei o remédio, mas os depoimentos de outras mães no grupo me fizeram resistir. Como a curva de crescimento era ascendente e nenhuma pediatra via nada de errado, resolvi aceitar que esse era o biotipo do meu bebê e que não adiantava forçar a barra.


Ao término da minha licença maternidade, ele começou a frequentar a escolinha e decidi enviar LM congelado, mesmo tendo percebido uma grande resistência. Seguindo as dicas do grupo, a cada ordenha eu conseguia encher cada vez mais o frasco! Porém, os problemas de saúde surgiram: bronquiolite e 2 pneumonias. Mas em nenhuma delas foi preciso ficar internado e eu atribuo isso à força do tetê!


Só que mesmo gostando de amamentar e sabendo da sua importância, a pandemia me fez pensar seriamente no desmame após os 2 anos. Nos dias em que estou estressada não ajuda nada ter um "carrapatinho" grudado em mim por bastante tempo. Trabalhar assim é difícil e para conseguir preciso me isolar ou fazer as coisas de madrugada. Não sei quando o desmame ocorrerá, pois não forçarei nada. Mas se depender do meu filho, vai demorar, rs.

Quando ele era novinho, o tetê parecia a solução de todos os problemas. Agora aos 2 anos não é tão milagroso assim (como era boa a época em que cada mamada resultava numa soneca!), mas sei que continua muito importante. Até hoje após o almoço ele vem pro peito, mesmo tendo comido e bebido bem. Como explicar isso? Não há dúvidas que o aconchego, a segurança e o afeto também estão envolvidos no ato de amamentar.


O texto é longo, mas foi minha maneira de relembrar e celebrar esses 2 anos. A Matrice me fez perceber que não sou a única que tem inseguranças e problemas e que mesmo com tudo isso nossos bebês merecem todo o nosso esforço. A cada depoimento que lia fui ficando mais forte e segura pra seguir em frente. E ter um companheiro pró-amamentação também ajudou muito no processo.

Então viva o tetê e muita força pra quem está começando a jornada!"

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